quarta-feira, 21 de novembro de 2007

querendo te ver.

e eu caio água
gélo terra sólido
névoa vôo líquido
me precipito

e caio sobre você
lançando esses versos analfabetos
nascidos paridos
sem-teto, sem-sono e com fome

querendo você
eu me pergunto e deixo
e saiu correndo, querida
por que? por que?

por que você não foi..

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Besteirol VII

- Já me perdi nas contas, VII?
- E ae? Como que tatu?
- Eu tou sem saco.. e você?
- Cansado..
- Que que tem hoje?
- O que?
- Poxa.. valeu..
- Valeu o que?

dias péssimos (ou malabarismo)

fiz da terra e do mar o meu berço
fiz do vento meu amado
das minhas sementes a vida

vi meus filhos crescerem
fazendo malabarismo com tochas harmônicas
fazendo malabarismo com palavras de fogo

fiz a noção e o bom-senso
fiz a história e o tempo
dentro da alegria o meu leito

vi meus filhos crescerem
fazendo malabarismo com idéias cortantes
fazendo malabarismo com armas de gente grande

fiz a bondade e a vontade
e me decepcionei
fiz o carinho e o amor
e me decepcionei

vi meus filhos crescerem
fazendo malabarismo com pilhas atômicas
fazendo malabarismo com bombas recarregáveis

da minha tristeza fiz arriar o fogo
e a terra se cobriu de cinzas
do meu pranto alaguei o mundo
e morreram todos afogados.

domingo, 4 de novembro de 2007

tempo, passe.

o tempo passa, para, peraí
o tempo tenta, tento, tentaí
o tempo anda, ama.. anta!
o tempo muda, cresce, árvore

o tempo procura, procuro, procure-me
o tempo todo, pouco, louco
o tempo engana, mente, distorce

o tempo hora, ora, olha
o tempo vira, gira, pira
o tempo pula, corre, nada
o tempo mata, marca, malha de mim

e essa maldita insônia não passa

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

complexomundonovo I (ou viva a globalização, a tecnologia e a guerra!)

Bate a cabeça forte contra o monitor,
Percebe uma brecha se abrindo bem no meio de sua testa,
Sente o stress queimar seus neurônios,
Pequenos miúdos pensamentos apressam-se para fora da cabeça,
infelizes, morrem no caminho,
Vê de relance o pequeno filete de sangue correr pelo nariz
e desaguar morno sobre a escrivaninha,
Os restos de vidro se amontoam pela sua cabeça,
Seus olhos turvam e o outrorá teclado branco agora é amaldiçoado,
vermelho,
Jás morto mais um,
Vítima dum monitor suicida.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Poesias de 5 Palavras V (ou medo)

tenho medo do olhar profundo
medo dos dentes cerrados, trincados
tenho medo dos punhos fechados
ou talvez dos dedos esticados

tenho medo das palavras afoitas
medo das palavras loucas, soltas
tenho medo da voz calada
ou talvez das frases formuladas

tenho medo do andar descompensado
ou será dos dias anuviados
tenho medo dos pensamentos pertubados
medo dos gestos alterados, desgastados

tenho medo quando está
triste..
ou alegre talvez
não sei..

mas no fundo é normal,
ter, pouco, ou um tanto
de medo de si mesmo

Poesias de 5 Palavras IV (ou sem palavras)

preciso

urgentemente

de

cinco

palavras